sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Calicute aponta ‘crescimento vertiginoso’ de escritório da esposa de Cabral


Crédito: Divulgação/Governo do Rio de Janeiro



A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio, apontou no pedido de prisão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) que o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama fluminense, teve um “crescimento vertiginoso”.
A ascensão da sra. Cabral, segundo a Procuradoria da República se deu durante os dois mandatos do marido, entre 2007 e 2014. A banca Ancelmo Advogados recebeu R$ 35.830.356,84 milhões de dez empresas.
Sérgio Cabral foi preso na Operação Calicute e na Operação Descobridor, desdobramentos da Lava Jato, nesta quinta-feira, 17. Contra o ex-governador foram expedidos dois mandados de prisão – um pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, e outro pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Adriana foi conduzida coercitivamente – quando o investigado é levado a depor e liberado. No documento do Ministério Público Federal, a força-tarefa dos procuradores da República descrevem a “atuação da esposa de Sérgio Cabral, a advogada Adriana Ancelmo, a despertar ao menos suspeitas da prática de atos de ocultação de proveitos decorrentes da atividade criminosa do ex-governador”.
“O escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo teve um crescimento vertiginoso durante os dois mandatos de seu marido Sérgio Cabral”, afirma a força-tarefa. Segundo a Procuradoria, “alguns pagamentos ao seu escritório chamam atenção” por envolverem empresas suspeitas de lavar dinheiro para a organização criminosa, empresas concessionárias de serviços públicos e outras empresas que, “em razão das circunstâncias dos pagamentos ou do envolvimento em escândalos de corrupção anteriores, demandam aprofundamento das investigações”.
Na lista de suspeitas em operações de lavagem de dinheiro estão a Reginaves, que pagou R$ 1.133.200,00 ao escritório Ancelmo Advogados, e o Hotel Portobello, que desembolsou R$ 844.650,00.
Nesta relação, a Procuradoria cita Carlos Bezerra e Carlos Miranda, supostos operadores de propina de Sérgio Cabral.
“Tais empresas também contratam empresas de membros da organização criminosa possivelmente utilizadas para lavagem de dinheiro, como a LRG de Carlos Miranda, a CSMB de Carlos Bezerra e a SCF de Sérgio Cabral”, afirma a força-tarefa.
No rol de empresas concessionárias de serviços públicos, a Procuradoria relacionou os seguintes pagamentos ao Ancelmo Advogados: R$ 1.950.790,96 pagos pelo Metrô Rio, R$ 865.653,53 desembolsados pela CEG; R$ 10.563.724,23 pagos pela OI/Telemar e R$ 3.598.825,28 pagos pela Light.
“É de se notar que tais empresas eram concessionárias de serviços públicos para o Governo do Estado do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral”, destaca o Ministério Público Federal.
De acordo com a força-tarefa, na lista de empresas que, em razão das circunstâncias dos pagamentos ou do envolvimento em escândalos de corrupção anteriores, demandam aprofundamento das investigações, estão o Banco Schahin, que pagou a Ancelmo Advogados R$ 726.565,64, a EBX Holding, R$ 1 milhão; a Braskem, R$ 2.121.763,94 e a Fecomercio-Rio, R$ 13.025.183,26.

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