Ao final do depoimento do ex-zelador do condomínio onde está localizado o triplex do Guarujá, o juiz Sérgio Moro fez uma provocação ao advogado Cristiano Zanin Martins, sobre se a defesa entraria com queixa-crime contra a testemunha; “A defesa entra contra todo mundo né, com queixa-crime, indenização”, disse o magistrado; durante o depoimento, o ex-zelador chamou Lula e o advogado de “bando de lixo”, mas não foi repreendido por Moro, que até pediu desculpas à testemunha
Paraná 247 – O juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, fez provocações ao advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, ao final da audiência que tomou o depoimento de José Afonso Pinheiro, ex-zelador do condomínio onde fica o tríplex no Guarujá, litoral paulista, atribuído a Lula.
O depoimento aconteceu por videoconferência na Justiça Federal em Curitiba na última sexta-feira 16. Durante sua fala, a testemunha de acusação ofendeu Lula e a defesa do ex-presidente, ao gritar “bando de lixo”. Ele não foi repreendido por isso. Moro não impediu que a testemunha continuasse com os insultos, fazendo apenas intervenções superficiais. Ao final da audiência, chegou a pedir desculpas ao ex-zelador.
No áudio abaixo, é possível ouvir Moro provocar Zanin antes de encerrar a audiência. “Vamos ver se não vai sofrer queixa-crime, ação de indenização, a testemunha, né, por parte da defesa”, diz o juiz. Zanin responde: “Depende… Quando as pessoas praticam atos ilícitos elas respondem por seus atos. Eu acho que é isso o que diz a lei.”
“Vai entrar com ação de indenização contra ela?”, pergunta Moro, em referência à testemunha. Ele recebe outra pergunta do advogado como resposta: “O senhor está advogando para a testemunha?”
“Não sei, a defesa entra contra todo mundo, com queixa-crime, indenização”, disse ainda Sérgio Moro, em clara provocação por conta da ação movida pela defesa do ex-presidente contra o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, em que pede R$ 1 milhão de indenização.
“Eu acho que ninguém está acima da lei. Da mesma forma como as pessoas estão sujeitas a determinadas ações, as autoridades também devem estar”, diz Zanin a Moro. “Tá bom, doutor. Uma linha de advocacia muito boa”, responde o magistrado. Zanin conclui: “Faço o registro de Vossa Excelência e recebo como um elogio”.
Ouça a conversa:
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